Solidão
assim sem Deus para conforto
das desgraças anunciadas
porque nem sequer estar absorto
é desculpa para a solidão selada
o fim não se alcançou
nem a dignidade dos furos
com que preenchemos o que sobrou
da senil sensação de raiva conta os muros
que depois caem desamparados
em cima de todas as almas solitárias
os sem-abrigo sem página e desregrados
para o que aguentam as suas veias coronárias