Solidão

assim sem Deus para conforto

das desgraças anunciadas

porque nem sequer estar absorto

é desculpa para a solidão selada

o fim não se alcançou

nem a dignidade dos furos

com que preenchemos o que sobrou

da senil sensação de raiva conta os muros

que depois caem desamparados

em cima de todas as almas solitárias

os sem-abrigo sem página e desregrados

para o que aguentam as suas veias coronárias

Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 15/06/2021
Código do texto: T7279547
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