Não, eu não sou daqui
Sou de outras estrelas
Pertenço a mundos irrequietos
Feitos para mulheres negras
Nunca silenciarem-se diante da opressão
Enquanto houver em mim santos de barros
Serei a noite que abre céus de outono
Para receber Baco no trigésimo terceiro aniversário de não sei quem
Outra de mim está lá e também é negra
Coloco no fundo da panela de barro
Oferenda pra Xangô, meu pai amado
Nas águas de março largarei a esperança
Ouvi dizer que à noite os lobos dormem e as aves sonham
A vida seria mais bonita se o negro pudesse olhar vitrines
Não sou cientista, sou poeta
Mas em Marte há vida
E eu sou toda marciana
Além de pedra anciã que não descansa
Escrevo contos para capoeiristas trocarem seus cordões
É preciso amar a graúna além dos sinos
Sou de outras estrelas
Pertenço a mundos irrequietos
Feitos para mulheres negras
Nunca silenciarem-se diante da opressão
Enquanto houver em mim santos de barros
Serei a noite que abre céus de outono
Para receber Baco no trigésimo terceiro aniversário de não sei quem
Outra de mim está lá e também é negra
Coloco no fundo da panela de barro
Oferenda pra Xangô, meu pai amado
Nas águas de março largarei a esperança
Ouvi dizer que à noite os lobos dormem e as aves sonham
A vida seria mais bonita se o negro pudesse olhar vitrines
Não sou cientista, sou poeta
Mas em Marte há vida
E eu sou toda marciana
Além de pedra anciã que não descansa
Escrevo contos para capoeiristas trocarem seus cordões
É preciso amar a graúna além dos sinos