DEMORA

DEMORA

As mãos estão frias de outono

Tudo tão seco

Apenas olhos estão úmidos

O belo azul ameniza as cinzas dos dias

Segue impávido o vírus

Eliminando seres gregários

O estar só passa a ser salvação

Uma tela passa a ser o real contato

Humano desumano que respira acuado

Mortos gritam cuidado

Respirar só e mascarado

Escondido da vida que não corre lá fora

E tudo não passa

Demora

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 14/06/2021
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