Des(foque)
No insólito dos meus olhos,
Na margem das pálpebras,
Nascem sonhos na íris,
Quimeras e outros caminhos,
Onde choramingam palavras,
Onde moram monções do verde,
No fundo de uma ilusão de cada sede,
Sede de expressar algo,
Que o silêncio não cede,
Pois, há um misto que se esconde,
E a estes os olhos temem perder a inocência,
Dessa realidade que já não é virgem,
Desse canteiro que não brota esperança,
Perdeu a maior pureza,
Nevoa na sombra de uma miragem,
Que corrompeu-se com brilho dourado,
Deixo-se levar e ficou envenenado,
E tudo que tocava virava fel,
Suas mãos não tinham vontades de midas,
Sua ânsia tão pálida, sem mel,
Pois o coração era tão peludo,
Que quase tudo era asfixiado,
Numa respiração de sofrência,
De tudo que um dia prometera,
No fundo era a dor da desgraça,
Era o fado de um sonho de lebre,
Proferida por palavras funesta(s),
Que não nos encantava, nem nos abonava,
Exilava a nossa fé,
Como se tivéssemos em marcha ré,
Estamos fartos da falácia de seus versos,
O barato de seus discursos,
E no decurso dessa caminhada,
Só seus espinhos vemos à berma da estrada,
E nada de mudança (...)
(M&M)