Des(foque)

No insólito dos meus olhos,

Na margem das pálpebras,

Nascem sonhos na íris,

Quimeras e outros caminhos,

Onde choramingam palavras,

Onde moram monções do verde,

No fundo de uma ilusão de cada sede,

Sede de expressar algo,

Que o silêncio não cede,

Pois, há um misto que se esconde,

E a estes os olhos temem perder a inocência,

Dessa realidade que já não é virgem,

Desse canteiro que não brota esperança,

Perdeu a maior pureza,

Nevoa na sombra de uma miragem,

Que corrompeu-se com brilho dourado,

Deixo-se levar e ficou envenenado,

E tudo que tocava virava fel,

Suas mãos não tinham vontades de midas,

Sua ânsia tão pálida, sem mel,

Pois o coração era tão peludo,

Que quase tudo era asfixiado,

Numa respiração de sofrência,

De tudo que um dia prometera,

No fundo era a dor da desgraça,

Era o fado de um sonho de lebre,

Proferida por palavras funesta(s),

Que não nos encantava, nem nos abonava,

Exilava a nossa fé,

Como se tivéssemos em marcha ré,

Estamos fartos da falácia de seus versos,

O barato de seus discursos,

E no decurso dessa caminhada,

Só seus espinhos vemos à berma da estrada,

E nada de mudança (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 13/06/2021
Código do texto: T7278167
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