Voltei no tempo
Voltei no tempo
Voltei ao tempo do faz de conta,
Do que se espera e não se encontra,
Ao tempo do simples e erudito,
E não há santo que me tire o fardo maldito!
Voltei no tempo e encontrei só poeira,
As marcas da fogueira que se apagou na lareira,
O futuro que encontro num pote partido,
E eu seguro os cacos do que resta de um mundo bonito.
Voltei voando em ave de aço,
Com pouca vontade e com rosto de palhaço,
E nos limites ténues que nos separam do buraco,
Fica a força das teclas a dizer ‘é preciso segurar mais um caco!’
Nenúfar