rosto pintado a dedo
não sabe ser rei
numa noite negra
todas as aves dormem
casas de botões sem portas
traduzem-se aos ipês negros
venho da senzala fétida
Do tronco impiedoso
rasgaram meu corpo
onde caiu o sangue da noite
nasceu um ódio branco
pintado em séculos parados
esse tempo mata a gente
saudade ou ilusão presente
sou filha de santo sem terreiro
oferenda deixo para xangô
vaso de barro com amor
eu sou a infinita dor
não sabe ser rei
numa noite negra
todas as aves dormem
casas de botões sem portas
traduzem-se aos ipês negros
venho da senzala fétida
Do tronco impiedoso
rasgaram meu corpo
onde caiu o sangue da noite
nasceu um ódio branco
pintado em séculos parados
esse tempo mata a gente
saudade ou ilusão presente
sou filha de santo sem terreiro
oferenda deixo para xangô
vaso de barro com amor
eu sou a infinita dor