Alma

Alma...

Dá pra explicar?

A lágrima fala...

E o sorriso chega:

Numa manhã beirando, suícidio.

Tive sorte, ou mesmo topada...

As pedras são prostitutas.

Chega de risos...

Chega de velório...

Chega de cegueira...

Chega de alguma coisa volátil.

A paixão é uma loucura que divide

E quanto mais doce, vem a morte.

Eu que pensei...

E nesse oceano bebemos toda a merda...

Foda-se! Quero dinheiro!

O caminho é de ébrios

A paixão de homicidas

E sabe o amor? É pobre órfão.

Navego perdido; qualquer coisa, cu!

Estou com ranço.

Mas todos já possuem asas de ouro puro

Ó cárcere das pragas

Maldição alcoólatra...

Morte prostituta...

Suícidio cafetão...

Medo ordinário...

Mentira de meiguices...

Alma...

Estado latente do fracasso.

Numa reunião durmo.

Numa vagina danço.

Na lama serei poético.

No barrio beberei sangue...

E nos sonhos serei fugitivo de Deus

Me derrota toda guerra

Meu ladrão roubou o destino

Nessa loucura vou caído falido

Por que? Por que? Por que?

Se até os lobos vão para o céu

Por que não um devasso?

Tenho ódio de baratas!

Tenho nojo de cachaça!

Tenho repulsa por cobrador!

Tenho guerra de utopias!

Desprezo santinhos!

Tenho orgulho até as unhas...

E voo nas asas da aranha.

Alma...

Canção deste Inferno mental.

Talvez os propósitos nem existam

E Deus esteja realmente morto ou

Escrevendo peças de teatro...

Coitado de Shakespeare, nunca amou!

Estou vendo a luz...

As sete facadas na garganta...

É o meu adeus último, de mediocridade

Até os porcos amam

E as lagartas geram filhos de pus...

As formigas vomitam anjos...

E o tato repreende políticos nos altares.

Sonho que tudo é desgraça!

Não tenho Email...

Não sei pra onde é um paraíso..

A distância é furacão

Os olhos são puro pranto

O poeta se masturba no congresso

E a quimera de alguma riqueza é pecado.

Alma... Ou um urubu em busca de paz

Alma... Ou vadias em correria por transa

Alma... Ou imbecil sozinho nas trevas

Alma... Ou criança sem amigos

Alma... Ou pouco juízo por imaginar a vida

Desabrochará uma história de mim

Em que jamais alguém sorrirá...

Colherá tal futuro desgosto...

Os espinhos de tal flor é amargura...

O demônio cantará de horror...

Os mesmos sinais da ilusão fantasiosa...

Pois eu bem sei...

... Que qualquer coisa

Escrita no desabafo choroso

Que perpassa oculto

Sem luz ou luar

Sem sol ou estrelas

Sem mesmo um futuro

Sozinho e com um cachimbo

Pois tudo é vago...

Vazio de querer por querer

E que se perde...

Nos olhos do amor que

é...

"Poesia."

Deus estou caído...

... E essa tristeza, não vai...

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 10/06/2021
Reeditado em 10/06/2021
Código do texto: T7275610
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