Reivindicação
Onde vais/
Por que choras/
Não vais além do muro/
Porque es puro/
Inocentes na hora de lutar/
Fizeram a democracia gritar/
A luz da noite ou do dia: Liberdade/
Acabou os anos de chumbo/
Nem se tem mais guerra fria/
Enquanto se espera no portão/
A justiça é parcial e esfria/
Vivemos uma fantasia sem igual/
Cujas lágrimas da hipocrisia/
São dores de raízes desse caos/
Que nos acorrentam a tantas escravidões/
Que receio até, mesmo hoje dizer ao meu filho/
Que a ditadura terminou/
Pois se contarmos a história, muito se negou/
São pobres e negros, que não podem ser senhor/
E que ainda espera-se pela morte como a um salvador/
Pois esses oportunistas que dizem-nos Democracia/
Atuaram como amantes que não tem amor/
Usurpando as foças da alma, matando o corpo/
E coagindo a dor/
Fazendo pensar que somos o pecador/
Como fim da melodia/
Chega-se ao ponto da verdade/
Diante da miséria/
Com sinceridade/
Fala-se o que quer/
Mas quando o dia termina/
Ver-se de fato, que nada mudou/