Coisas do coração

Sem razão são as coisas do coração

Que se, não perto, vê tudo; mesmo longe

E se vendo diante, nada faz senão

Olhar de mais longe, que se diverge.

Parece descrer no que lhe vem aparecer

Pois de olhar o amor, sonha distante

E de sonhar quem ama, faz-lhe parecer

Chegar de repente ao amor que sente

Faz a intenção calar despercebida

E disritmia ecoar-se num disparate

Em ouvidos que nem o viram ainda

Se nosso coração priva-se da razão

É por não falar que ama ao seu amor

E não porque age assim, em contradição.