Auguro

Na primavera dos meus olhos,

Onde se cruzam caminhos,

Céus tenebrosos, duros instantes,

Tempos sombrios, respiração cortantes,

Transpor o infinito é ser sobrevivente,

Numa terra de muitos errantes,

Estar certo, é nadar contra a corrente,

Pois, os sonhos são viciantes,

Nada é e jamais será diferente,

Enquanto ciclos forem viciantes,

Atônicas são as oportunidades,

Na oligarquia das inverdades,

Eles não temem as lágrimas da esperança,

Nem tão pouco o florir de uma criança,

Só os seus estômagos estão cheios,

Só os seus fins tendem aos meios,

Meios saques aos grandes golpes,

Brindam eles a dor de um povo,

Em taças banhadas em sangue,

Onde padecem os nossos grito(s)

E nós que não fizemos parte da gangue

Definhamos no silêncio,

Enquanto canta alto o galo,

Na esperança de um sonho adormecido,

Fartar-se a inocência de tanto esperar,

A dor guerreia com morte dos sentimentos,

Pois, seus peitos não nutrem afectos,

Seus actos não germinam amores,

Senão o asfixiar das flores,

Enquanto não se augura o florir,

prezamos o inverno por vir (..)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 07/06/2021
Código do texto: T7273719
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