Auguro
Na primavera dos meus olhos,
Onde se cruzam caminhos,
Céus tenebrosos, duros instantes,
Tempos sombrios, respiração cortantes,
Transpor o infinito é ser sobrevivente,
Numa terra de muitos errantes,
Estar certo, é nadar contra a corrente,
Pois, os sonhos são viciantes,
Nada é e jamais será diferente,
Enquanto ciclos forem viciantes,
Atônicas são as oportunidades,
Na oligarquia das inverdades,
Eles não temem as lágrimas da esperança,
Nem tão pouco o florir de uma criança,
Só os seus estômagos estão cheios,
Só os seus fins tendem aos meios,
Meios saques aos grandes golpes,
Brindam eles a dor de um povo,
Em taças banhadas em sangue,
Onde padecem os nossos grito(s)
E nós que não fizemos parte da gangue
Definhamos no silêncio,
Enquanto canta alto o galo,
Na esperança de um sonho adormecido,
Fartar-se a inocência de tanto esperar,
A dor guerreia com morte dos sentimentos,
Pois, seus peitos não nutrem afectos,
Seus actos não germinam amores,
Senão o asfixiar das flores,
Enquanto não se augura o florir,
prezamos o inverno por vir (..)
(M&M)