A CULPA NÃO DESCULPA

A dor mata você e os outros

O álcool engana o sóbrio

O impulso maltrata a alma

O erro é cruel

Dói duzentos mil vezes

Quantas desculpas caberia em um perdão

Pancada de irresponsabilidade nas palavras

Dita, pobre, feia e suja

Dez mil culpas, desculpas

Centenas de cópias errônea

Um buraco de tristeza sangrenta

Tudo em mim dói

As rosas estão murchas e ressecadas

As oliveiras viraram apenas sobrenomes

Rio barrento de lama fedida

Oh morte, desencana a distância

Eu vou reparar

Quanta dor

Eu foi tomado

Não era eu

Quem era ele?

Quem viu?

Solitário monstro de mim

Não lembro de nada

Vodka droga torta

Morta dentro de mim

Atirando nos outros

Que vergonha

Não haverá margens

Minhas reservas estão vazias.

OSMAR ZIBA
Enviado por OSMAR ZIBA em 07/06/2021
Código do texto: T7273643
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