A CULPA NÃO DESCULPA
A dor mata você e os outros
O álcool engana o sóbrio
O impulso maltrata a alma
O erro é cruel
Dói duzentos mil vezes
Quantas desculpas caberia em um perdão
Pancada de irresponsabilidade nas palavras
Dita, pobre, feia e suja
Dez mil culpas, desculpas
Centenas de cópias errônea
Um buraco de tristeza sangrenta
Tudo em mim dói
As rosas estão murchas e ressecadas
As oliveiras viraram apenas sobrenomes
Rio barrento de lama fedida
Oh morte, desencana a distância
Eu vou reparar
Quanta dor
Eu foi tomado
Não era eu
Quem era ele?
Quem viu?
Solitário monstro de mim
Não lembro de nada
Vodka droga torta
Morta dentro de mim
Atirando nos outros
Que vergonha
Não haverá margens
Minhas reservas estão vazias.