O PRETO VELHO

O PRETO VELHO

Ele estava ali à sua porta sentado

Num rústico banco de madeira

Imóvel, vendo o povo atarefado

E, assim, passava a tarde soalheira

Sua idade nem ele mesmo sabia

Era negro, não porque ele queria

Viera da África, não sabe o dia

Tinha recebido sua alforria

Imóvel qual estátua se sentava

À porta do casebre onde vivia

Ninguém sabe até hoje o que pensava

Nem tampouco o que mais ele fazia

Só. Todo o mundo o via a cismar...

Talvez de saudade, do país além mar !

Armando A. C. Garcia

São Paulo, 26/04/2005

E-mail: armandoacgarcia@ibest.com.br

Armando Augusto Coelho Garcia
Enviado por Armando Augusto Coelho Garcia em 17/11/2005
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