Os efeitos da guerra
Os efeitos da guerra, na carne humana.
Criação profana.
Arames farpados
Soldados fardados
Morre por honra da ordem insana.
A voz possante do vento retumba
Cruzes e catacumba,
Fardas camufladas
Horas adiadas,
Lagrimas soltas escorrem pelas faces.
A batalha com suas fases.
Sangue escorrendo,
E a carta do filho nascendo.
Bandeiras cravadas em territórios
Trilhas abertas no ventre da terra,
Homens sem oratórios,
A mesma terra onde pisa te enterra.
Órfão da vida
Refém das boas ações
Pagão da mesma sina.
Rifles, granadas e sinalizadores.
Braços, pernas mutilados.
Mente e sentidos alterados,
Sinaliza dores.
Cadeiras de rodas ou carros importados
Uma bala no peito ou uma dose de whisky na cabeça.
Adormeça mas não esqueça
E quando acorda junte os corpos e seus achados.
E no dia de partir
Vou lembrar daquela criança
Que carregava um livro de capa dourada,
Que em certa madrugada, não dormia e o olho arregalava,
E com a voz rouca recitava versos de esperança,
e quando lia chorava, e do pai lembrava e gritava;
“Devolva meu pai que nos deixou sem me ver pelo menos sorrir”
Os afetos da discórdia, os fetos das escorias.
Os efeitos da guerra
Começo ou fim de uma nova era ?