Os efeitos da guerra

Os efeitos da guerra, na carne humana.

Criação profana.

Arames farpados

Soldados fardados

Morre por honra da ordem insana.

A voz possante do vento retumba

Cruzes e catacumba,

Fardas camufladas

Horas adiadas,

Lagrimas soltas escorrem pelas faces.

A batalha com suas fases.

Sangue escorrendo,

E a carta do filho nascendo.

Bandeiras cravadas em territórios

Trilhas abertas no ventre da terra,

Homens sem oratórios,

A mesma terra onde pisa te enterra.

Órfão da vida

Refém das boas ações

Pagão da mesma sina.

Rifles, granadas e sinalizadores.

Braços, pernas mutilados.

Mente e sentidos alterados,

Sinaliza dores.

Cadeiras de rodas ou carros importados

Uma bala no peito ou uma dose de whisky na cabeça.

Adormeça mas não esqueça

E quando acorda junte os corpos e seus achados.

E no dia de partir

Vou lembrar daquela criança

Que carregava um livro de capa dourada,

Que em certa madrugada, não dormia e o olho arregalava,

E com a voz rouca recitava versos de esperança,

e quando lia chorava, e do pai lembrava e gritava;

“Devolva meu pai que nos deixou sem me ver pelo menos sorrir”

Os afetos da discórdia, os fetos das escorias.

Os efeitos da guerra

Começo ou fim de uma nova era ?

Rommyr Fonttoura
Enviado por Rommyr Fonttoura em 07/11/2007
Reeditado em 07/11/2007
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