"O CANTO DO GALO" Poema de: Flávio Cavalcante
O CANTO DO GALO
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
Aos poucos a tarde foi morrendo
O galo se despediu cantando
No outro dia cantou com o sol nascendo
E gritou no terreiro que o amanhã vem chegando
II
No decorrer da bela e morna aurora
O galo cantou às quatro da manhã
Desceu do poleiro elegante e sem demora
De peito estufado fez seu canto cortesã
III
A noite chegou e o galo adormeceu
O novo dia começou feliz e sorridente
Dando boas-vindas à vida que renasceu
Com o cantar do galo estridentemente
IV
Foi anunciado o nascer de uma nova aurora
Com a orquestra das penosas cacarejantes
O ciscar do galo cantando em melodia alvora
No alvorecer do dia em gramas verdejantes
V
Como trombetas de anjos tem toda uma beleza
O canto do galo traduz para mim, perseverança
Renova a vida que brota da doce mãe natureza
Levando a tristeza e trazendo a esperança