Vestígios
Por onde antes tropeiros carregavam o ouro das Minas, desabrochavam as flores do cafezais.
Águas mansas do Rio doce desaguam na paraíba de Ramalho, além do Rio São Francisco... Buarque...das varandas, das mouriscas cirandas e Hollandas. Alforges e couraças trazem das canções do vento sul as tais melodias vagantes, melaço de cana, acordes retirantes, Marias, Ritas e Mil...tons! tambores de Minas, sabores de Minas eternos navegantes.
Na travessia da vila, o olhar por debaixo da da aba do chapéu avista a violeira ao fundo, na paisagem a pele branca, herança das portuguesas porcelanas, dos índios coroados, os cabelos negros como a noite pintados. Desde menina, caprichosa nos dedos e nas rendas, a tira colo, dois leques de espanha, ponteia ali os destinos, a sina, o sangue e a rima, olhando a comitiva passar pela freguesia, pelos becos e tabernas, confidencias e inconfidências, mascates, caixeiros viajantes santos...do pau oco e uma tocaia a cada 30 léguas.
Rios de janeiro e fevereiro, aguas de março, cortam as matas, trazendo as violas das gerais e os mistérios dos pantanais. Dedilhados do sudeste rompem barreiras, encontro das águas, Cultura brasileira. Ao norte Valença e Alceu, de repente improviso se deu Dali se vê o sol e o sal do mar, e no verso as salinas do luar, vestígios de tempos imemoriais.