"PELA JANELA" Poema de: Flávio Cavalcante
PELA JANELA
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
Pela janela a inquietude me devora
Ventos e trovões fazem terror lá fora
Vendo a chuva pra ver se o tempo melhora
Pela janela o assobio do vento apavora
II
Pela janela do meu quarto vejo a chuva
A noite em breu me causa visão catanduva
Protegido pela laço entrelaçado na luva
Entre luzes de quimeras na janela viúva
III
Pela janela respeito do vento, o seu assobio
O grito da loba louca estridente me arrepio
Me agasalho e me deito, me protejo do frio
Adormeço e o meu sonho voa longe e arredio
IV
Pela janela me curvo e fico para ver a neblina
Na ânsia esperando o bom dia de alguém
A minha esperança é rever a linda menina
De olhos grandes e gateados também
V
Pela janela, minhas lágrimas, choro
Suspiro embaçado apago com a flanela
Entre soluços e fortes suspiros, imploro
Através do vidro transparente da janela