Poeta desamparado

Aceitei o desprezo prolongado dos deuses da criação.

Tudo por um pedaço ou migalha eventual de luz.

A palavra fugida não pertence a este meu mundo interior sem órbita.

De um corpo vagante pelas ruas escuras pautadas de mediocridade.

Da graça alcançada e agradecida com sangue, suor e lágrimas

em sacrifício de vida produtiva.

E o altar dos objetos de desejo recebidos da mão do acaso.

Sem dor, sem lágrima, só com a esperança de desfrutar mais uma vez das dádivas de Dionísio

e de todas as divindades do lado bom do existir

Dan Rudá
Enviado por Dan Rudá em 03/06/2021
Reeditado em 26/11/2023
Código do texto: T7270380
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