Pétalas no chão
Do seu gesto mais calado,
fecho meus olhos
e vejo o seu mistério
que em seu ser
se enclausura
e no Universo
não se iguala
ao sabor de suas palavras.
Compreendo a suavidade
agressiva das suas atitudes
e, no arrebol dos meus sonhos,
entrego o meu sentir
ao vento,
que o guardará na solidão
do ar, que ainda ousamos respirar.
Encerra-se o que não se pode tocar
nas curvas da vida mansa,
a dizer que a chuva não cansa
de fertilizar o coração.
E a Primavera continua
a florescer a luz do nosso olhar,
na pureza deste verbo
polissêmico, continental sentir,
que causa a morte em vida,
e, ao decrépito ser,fôlego
ao experimentar, ao menos,
o que é Amar.