Pétalas no chão

Do seu gesto mais calado,

fecho meus olhos

e vejo o seu mistério

que em seu ser

se enclausura

e no Universo

não se iguala

ao sabor de suas palavras.

Compreendo a suavidade

agressiva das suas atitudes

e, no arrebol dos meus sonhos,

entrego o meu sentir

ao vento,

que o guardará na solidão

do ar, que ainda ousamos respirar.

Encerra-se o que não se pode tocar

nas curvas da vida mansa,

a dizer que a chuva não cansa

de fertilizar o coração.

E a Primavera continua

a florescer a luz do nosso olhar,

na pureza deste verbo

polissêmico, continental sentir,

que causa a morte em vida,

e, ao decrépito ser,fôlego

ao experimentar, ao menos,

o que é Amar.

SueliFajardo
Enviado por SueliFajardo em 07/11/2007
Reeditado em 07/11/2007
Código do texto: T726997
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.