TALVEZ

Me recolhi em meu peito
Para não me ver partir
Senti em minha pele
A dor de tudo o que eu não vivi
A escuridão roubou meu céu
E em chuva me desfiz.

Há dias que amanheço
Sem forças no olhar
O medo me enlaça
Me impedindo amar
O sorriso já desbotado
Não colore meu olhar
Sigo vivendo
Respirando esse mar.

Submerso me recordo
Os erros que cometi
Como um tiro a queima roupa
Eles me trouxeram até aqui
Mas viver é uma escolha
E eu sobrevivi.

Na loucura dessa espera
Onde a navalha impera
Posso decidir
Amar sem ferir
Das feridas formar um jardim
Florir em mim.

Talvez um dia
Essa tempestade passe
E o azul infinito me ganhe outra vez
Vou fechar meus olhos
Esperar a chuva passar
E então, recomeçar.
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12/04/2020
Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 01/06/2021
Código do texto: T7269177
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