sonho estranho
Tive um sonho estranho !
Sonhei que morava num país que tinha o ministério da Beleza !
Da Boniteza !
Foi um sonho medonho - desses que a gente sonha e acorda tendo certeza que tudo é verdade, chegando a duvidar da própria realidade!!
Menino, era bonito de se ver!!
Velhinhos dançando nas ruas, tomando vinho,de mãos dadas, gozando a vida, abraçando irmãos !
Liberdade de andar com pés descalços e com brilho nós olhos reluzindo gratidão e apreço à vida - era decreto sem leis
Vi a beleza de um povo fazendo de sua vida obras de arte
sem museus e sem verniz mas com a morada da alma: o coração!
Vi um povo todo bonito e alfabetizado em escolas sem muros,
sem competição ou exercício de individualismos..
Vi o consumismo derrotado e o dinheiro vencido prostrado num altar do esquecimento
Vi políticos sem salários plantando e colhendo o pão com o povo, sem demagogias, sem hipocrisias e sem corrupção
Vi a desigualdade em jazíguos perpétuos, desdentados nem mais em fotografias, barrigas vazias só nos velhos livros em prateleiras públicas
Vi sementes brotando flores em todos os lugares, em terrenos sem demarcações
Pessoas dançando na chuva em livre comunhão com o munhdo!
o por do sol era todos os dias um espepetáculo de muita beleza visto por milhares de pessoas
A lua sendoe reverenciada por milçhoes
as estrelas sendo freídas por crianças de toda parte !
Vi sinfonias de sorrisos, e ecos de gargalhadas sem rigor sem pudores mas era uma verdadeira alegria!
Vi livros como alimento de muita gente, sendo espalhado em cada esquina a matar a fome e a sede de todo mundo
Vi armas enferrujadas, canhões germinando flores, era o bélico abrindo caminhos à poesia que anda a passos largos em infintas ruas e comunidades
Vi o comum na unidade como patrimônio singular na pluralidade de mulheres e homens!
Quantas crianças distribuindo sorrisos de uma alegria sem fim,
em calçadas das casas abertas sem cadeados e sem medos e emanavam com cheiros ..
Cheiros de jasmim, de capim molhado, de alecrim e helicônias
Ruas perfumadas com o vigor da solidariedade e da cooperação!
Individualismos fora de moda em prateleiras e sem vitrines!
Vi mulheres e homens embriagados com os perfumes do bem VIVER!
Vi flores de mãos em mãos perfumando a loucura de ser gente!
Vi sementes distribuídas pelos caminhos sem pretensão do lucro cego!
Vi Deus brincando como um menino de calças curtas e sem camisa, perfumando e colorindo vidas sem distinção e sem vingança disfarçada de justiça cega!
Nesse sonho não havia religiões
nem seus falsários opressores da fé alheia
Vi dinheiro jogado no chão como folhas que dançarem ao vento ...
Vi homens de mãos dadas, em abraços - celebrando a vida em comunhão!
Vi mulheres longe de qualquer ingratidão de machista perverso!
Vi pétalas dançando ao vento,
vi folhas riscando o chão em devaneio poético colorindo as vidas de muita gente !
Vi pássaros dormindo ou cantando em ninhos e vi gaiolas sem serventia, vivendo de aposentadorias !
Vi voos sem medos de muitas mulheres e homens rindo à céu aberto!
O céu matizado com os tons da força dos arcos em iris
Não vi o choro feio de um prato vazio e sem esperanças,
Vi a ausência da cara da fome e suas máscaras multifacetada!
Senti a sede de beleza em pleno cio!
Vi o encanto do fogo a dançar rebelde e vadio!
Vi a firmeza da água a iluminar vidas paridas de bonitezas !
Vi a pureza do ar em composição dialética em profecias estéticas
Vi o pulsar da terra em plena harmonia, em orgasmos de luas cheias.
E vi chorando à míngua - A SOLIDÃO!
Os rios exalavam cheiros e cores em noites e dias sem sofrer e sem agonia sendo fruído sem distinção!
Vi hospitais em ruínas sem doenças, vi médicos plantando flores e colhendo plenitude com gratidão!
Vi cárceres abertos com a única tarefa de compor sonhos!
Vi escolas acendendo o calor do amanhã
sem preço e sem covardia!
Vi suores em rostos escorrer
em explosão da grandeza humana sem cheiro de escravidão!
Mas algo se repetia:
Vi flores distribuídas com todas as cores e sem espinhos pintando os dedos à mão cheia da alma de muita gente, sem segredo...
Vi os medos todos encarcerados e encardidos, esticados e escondidos com suas cicatrizes fincadas em terrenos baldios gestando e florescendo em cores-coragens!
Vi todos os muros diluídos e deprimidos!
Vi todas as cercas abolidas e carcomidas pelo desuso!
Vi todas paredes ao chão!
Desmoronadas!
Vi o mundo ruindo desmilitarização !
Vi políticos sem salários de corpo e alma lutando por justa causa !
Não vi a vergonha de termos garis limpando a nossa própria vergonha !
Vi mulheres e homens feministas sem desvios de consciência!
Vi machos e machistas embrulhados em sua própria vergonha !
Vi que tudo era UM!
Em sintonia
E pude me contaminar com os verbos e os versos de sonhar com minha alma sorrindo com a alegria do amor em expansão infinita !
E eu pássaro - voo entre outros pássaros - orgasmos reluzentes, estridentes,
Em coivaras e labaredas do fogo do meu existir fluindo...
Em ventanias de ares férteis,
Em gotas de orvalhos
A reluzir sua nobreza
Em terrosos átomos
A multiplicar a sua virilidade no ritmo pulsante da alegria de cada coração pulsando ardentemente com o calor da terra, da relva, com o hálito de todas as flores - todas elas : negras, lilases, entre outras rubras por nascer !
(raicarvalho) 30052021 sem correção