SAIR DO CHÃO

A palavra vai aonde a gente vai,

a gente vai onde ela leva;

tem gente que sobe e cai,

outros levam uma refrega...

Me admiro delas lá no dicionário

esperando um incauto abrir;

é levado prum lugar imaginário

e, depois, não dá mais pra fugir...

Uns vão pra onde mora o amor,

outros prum lugar chamado solidão;

depende da palavra, do seu teor,

da vontade de voar, sair do chão...

Veja o poeta, cidadão itinerante,

que se dá bem com todas as escritas;

conhece suas almas e, num instante,

com elas o mundo viaja, flutua, levita...

Bem faz quem aprende a falar

o nome verdadeiro de cada uma delas;

sabe o quanto é importante conversar

e enxergá-las e saber como são belas...

Deixo aqui as sílabas para sua criação,

o c, o o, o r, o a, o c, o a, o o, e a alegria

de escrevê-la, a palavra viva, coração,

que rege com suas veias a poesia...