MAREMOTO
Fui apanhada dentro de mim
Numa tempestade medonha
Cujo epicentro
Estava localizado no coração
Mas decidi ser forte
Enfrentar o monstro
Não perder o norte.
Era um temível maremoto
As ondas gigantes enfurecidas
Arremeçavam-me contra o betão
Cada vez mais loucas e enraivecidas
Finquei o pé na areia movediça
Ergui os olhos para o alto implorando
Deus Pai Criador de todas as coisas
Olha a minha aflição
Amansa as águas
Vem em minha salvação.
Eu não quero desistir de lutar
Nem tão pouco vacilar
Quero dar continuidade á minha vida
Não importa
Se a cantar um fado, ou uma alegre cantiga
O que é importante é viver
Viver com dignidade
Abrir as persianas e deixar o sol entrar
Para iluminar um novo amanhecer
E não perder o jeito de amar
E com o sol dentro de mim
Dando-me luz e calor
Eu sigo em frente
Trilhando o meu caminho até ao fim.
Vem comigo, não te quero perder meu amor
Nao cedas ás tentações do demónio
São meros sons estridentes
Que ele arranca do seu harmónio.
O tsunami que dentro de mim se agigantou
Recolheu ao Alto mar
Com a mesma ira com que me atacou
Deixando-me livre para amar
E lá foi ele, vociferando impropérios
Porque o Rei, de todos os reinos e impérios
Assim o ordenou.
O meu ser agora inundado de luz acalmou
Meu amor, brinda-me com a tua presença para sempre
Já não conseguia viver com tanta confusão
O meu grande e verdadeiro amor regressou
Afinal, ele nunca esteve ausente
E foi um contentamento para o coração
Agora com o maremoto aquietado
Nossos corações
Estão juntos em qualquer lado!
Direitos de Autor
©Maria Dulce Leitao Reis
29/05/15