MULTI-LADOS
MULTI-LADOS
Estou privado de mim
Porque o medo me assola
E me deixa sozinho
Em um quarto.
Em um quarto.
Como em um cativeiro
Me privo de viver
Uma realidade tão latente
Em mim.
Sou combatente
E vivo neste dilema:
Eu me venço ou
Eu me perco?
Olho nos olhos
E o que legitimo?
O que intimido?
Não há comando no esquecimento
E a identidade se perdeu
Nas várias vezes em que registrei
O absurdo de me sequestrar
E não saber o valor do resgate.
Em multi-lados escombros
Uma guerra fria se combate.
Quem são as vítimas?
O valor simbólico está
Em negar o ócio,
Quando, ausente de mim,
Recompuser todos os versos
Já escritos no mundo.