ABSOLUTISMO
Contudo vem o abismo cultural
Tentando na gramática temporal
Abster-se das palavras do coloquial
Não me fazer entender o que escreveste,
Fala de amor e inverteste o final
E novamente não entendo o coloquial.
Porque oh gramática insensata
Vem à boca do poeta instalar-te?
Para descobrir do coração vulgar
a cor do sangue escarlate?
Delongas por momentos na escrita absurda
Expressa pensamentos que meu culto não entende,
Não da pra falar de amor ou qualquer sentimento
Sem recorrer ao dicionário incoerente?
É simples tão simples expressar sentimentos
Sem escolas do barroco ao lírico imprudente.
Fala no meu ego oh poesia Cantareira
Mas não busque do cartel a quem não ler,
Meus olhos choram e o coração sente
Não se deleite em espremer o meu saber,
Tão logo saberei que de nada adiantou
Tanta cultura tanto esmero sem amor.
ARTHUR MARQUES DE LIMA SILVA
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LEI Nº 9.610/98
27/05/2021