Apocalipse
Alguma coisa pairava no ar
naquele domingo triste de novembro.
Seria ,por acaso, o bafo quente de verão
milindrando a primavera
com suas brisas suaves
e seus perfumes discretos?
Ou o aquecimento global,
os recifes de corais,
os ecossistemas ameaçados,
nossa atmosfera tão maltratada,.
tao poluída como as águas,
nossa fonte de vida,
bramindo seu uivo de dor?
Seriam as ressacas invadindo
as regiões costeiras sem o querer do mar,
mudando a geografia e desalojados gente?
Talvez, sejam os sinais divinos,
anunciando o fim dos tempos.
Fala-se muito no fim dos tempos,
que diga-se de passagem, o homem parece
o mais o interessado em ve-lo se consumar.
Se continuar nessa escalada absoluta
de desrespeito, de agressões ao meio ambiente,
o fim certamente chegará bem antes
do que profetizou Cristo,
que nem precisará voltar.
O homem tera' se julgado a si mesmo.