A DESPEDIDA. (Partindo da minha terra)
A DESPEDIDA.
Quando saí da minha terra
Eu fitei o olhar bem distante
Avistei os montes, no horizonte
E acenei pro meu rancho no pé da serra
E como quem sai para uma guerra
A contragosto e sem vontade
Vim esbarrar na grande cidade
Trazendo a dor de despedida
Feito uma fera ferida
Cruzei a porteira da saudade.
Trouxe comigo uma mala
Feita de tábuas e de cor amarela
Tudo o que eu trazia dentro dela
Quando lembro me faz perder a fala
A rede velha que eu dormia na sala
Aquele sono no começo da tarde
Você não acredita, mais é verdade
Eu trouxe na mala cocada de umbu
Quando deixei o meu pajeú
E cruzei a porteira da saudade.
Amiraldo Patriota.