NOITE VAZIA

A noite anda tão vazia
Carregando o seu manto escuro de saudades
De um lado para outro
Procurando escutar o sussurro das estrelas
Que comentam entre si
A obscuridade monótona do luar.

O vento já não consegue conter a sua inquietação
Assombrando a noite com os seus cochichos sórdidos
Segredando ao tempo desejos escondidos.

As nuvens correm agitadas e aflitas
Buscando cobrir a nudez desinibida da lua
Que alheia passeia pelo céu
Em busca de algo que aquiete a sua alma.

Eu, pobre poeta
Cá estou a observar tamanha encenação
Cuja plateia sob o glorioso palco
Desconhece o desenrolar da história
Que diante dos olhos desatentos discorre.

Dilacerada
Em flamejante desilusão
A noite desaba nos braços do dia
Buscando aquecer a sua saudade
Nos beijos do sol.

Um desfecho quase perfeito
De uma trama ociosa
Entre uma noite solitária
Uma lua angustiada
E um poeta cheio de expectativas
Tentando entender a dor
Que se travava no coração do uni(verso).
Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 26/05/2021
Reeditado em 02/06/2021
Código do texto: T7264617
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