Decrépita

Ah, minha vida decrépita

Coisas secretas, se há

São por demais não estéticas

Que não vale nem lembrar.

Ah, minha vida asséptica

Não muito perversa ou má

Mas, às vezes, sim, demais

Se me fosse possível voltar

Contornar as dificuldades

Que me faz ter essa tal idade

Talvez nem morasse na cidade

Ah, essa cidade decrépita

Acéfala como a minha vida

Se pudesse a ti não iria

E, talvez, nem voltaria.

Para a idade incerta que

Me faz lembrar de tudo

o que minha vida decrépita

Tenta na cidade esconder.

Referência:

MALLMITH, Décio de Moura. Decrépita (Poesia). In Vozes do Partenon Literário XI. Sociedade Partenon Literário. Benedito Saldanha (Organizador). p. 43. ISBN: 978-854558641-8. Porto Alegre: Partenon Literário, 2019.