RANGIDOS
É seu o que restou da minha fogueira e da fumaça
que mixa a dor e a música das dobradiças da casa.
Irei assisti-la entre intimidades... E sobre os lados
abrirei os meus cadeados enferrujados que faltam.
Antes de despertar serei o seu dia, o chá, a torrada
Petrópolis, o vento de fora e a nuvem almiscarada
das seis; serei a sua folha de outono, o seu mágico
no final da manhã, no beijo das onze: o seu atraso
claro; um grito silencioso ou aquele vapor abafado
ao deitar na sua rua e me asfaltar no seu passado.
E dará a tarde: e serei seu; a noite e a madrugada,
e serei seu, todo, enquanto for a nossa temporada.