UM POEMA

Quando te assola o frio da madrugada,

Agravado pelo cair da chuva fina,

Da tua doce alma de menina

Aflora uma poesia apaixonada.

É como se os dias entristecessem,

Ou tudo perdesse o seu colorido,

Das ruas, não se ouve o alarido

Usual, qual se todos desaparecessem.

Se te faz falta o sol, em sua luminosidade,

Ou te ressentes do que de belo, a natureza

Esconde, como a cobrir com manto de tristeza,

Se, dos canoros pássaros, sentes saudade,

Sabes que somente teu corpo, nesse momento,

Padece o intenso frio que te faz sofrida,

Posto que a alma, esta tu tens aquecida,

Por tão somente me teres em pensamento.

E se ora não está meu corpo a aquecer-te,

Tens da minha alma a chama que não esfria,

A transformar tua saudade em pura poesia,

Até que, em meus braços, possas proteger-te.

Sim, teu pensamento busca a minha companhia,

A que te sintas tomada de todo o meu calor,

Ouvindo-me sussurrar mil versos de amor,

Em forma de uma sublime e doce melodia.

E, se estamos longe ou perto, torna-se indiferente,

Porque, se de nossos corpos nos aflige a ausência,

As almas se unificam, como fizessem reverência

A esse amor que não deixa, um do outro, ausente.

Tu és minha poetisa e musa, sou teu muso e poeta,

E se, agora, tu de mim estás assim, distante,

Aproxima-se de nós a aurora, quente e radiante,

Na qual a paz da nossa poesia se completa.

Bom dia, amigos.

Ótimo domingo, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 23/05/2021
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