Despretensiosamente
Com você
o amor chegou e, despretensiosamente,
se apossou de mim.
Chegou abscondito,
como a névoa da madrugada.
O seu cheiro no travesseiro,
foi a gota d'água.
Não pediu licença,
foi entrando, sorrateiro,
como um raio de luz,
como um vento brando,
numa manhã de primavera.
Quando me dei conta,
já estava amando.
O amor e algo assim,
singular, inesperado.
Num repente,
num piscar de olhos
os corações murmuram: te amo!
O negativo é revelado.
Agora sou um outro homem
com a cara de porre
dos apaixonados.
A flechada certeira
e que faz o amurudo,
um ser eterno enquanto
o amor não morre.