No quarto do silêncio
No quarto do silêncio observo que as paredes confidenciam segredos.Fico observando o que estão dialogando. Num flash levando e percebo que ultrapassei a metáfora que inventei sobre a existência da minha indiferença.Parei diante de um espelho que estava ali pendurado numa parede fria.E que todos os dias me olhava e num sussurro debochava da minha ausência de pensamentos.E com passos incertos e completamente desequilibrados como minha alma se encontrava,lamentei a metáfora hipócrita que um dia li num livro empoeirado em um canto de uma mesa também esquecida. Eram apenas folhas amareladas pelo tempo. Então perguntei ao meu interior: Porque não queimava esse livro e assim apagava do meu cérebro todas malditas metáforas.Depois andei vagamente dentro de mim.Em lentamente fui arrastando meus pés ,e ao chegar no meu silêncio quebrei o espelho que todos os dias não deixava me vê.Sufoquei as lembranças plasmadas nas paredes sem vida e sem cor. E corri e ensaiei uma coreografia com o vento.Fui ali,fui ser feliz.Texto Maria Lucia Linhares Ferreira