Mapas

Rasguei o mapa.

Agora qualquer caminho me serve.

Não tenho ponto de chegada.

Apenas sigo mais um dia por esta estrada.

Não quero o futuro desvendar.

Não quero placas pra me guiar.

Na dança da vida rodopio.

Não importa que esteja presa por um fino fio.

Se encontro um desvio, me desvio.

Sigo o leito do rio… ou não.

Sigo na mão.

Me perco na contramão.

Se precisar dou voltas.

Faço o caminho de volta.

Perco-me.

Encontro-me.

Nas esquinas da vida.

Sigo.

Entro em becos sem saída.

Deixo a vida me levar.

Deixo a chuva me lavar.

Deixo a vida me parir…

sem medos, sem dores

abismo profundo: eu sempre a cair… a cair…

no fundo, no fundo só vejo flores.