Será, heim?
Eu juro que queria
Fazer um lindo poema
Falar da Serra da Jurema
E do por do sol do Brejo Paraibano
Das estudantes de enfermagem passeando
Suas fardas da cor de tapioca
Dos cabelos das descendentes das índias
Que não foram abatidas
Do doce americano que pra mim é japonês
Da cachaça envelhecida na umburana
Que me deixa novinho em folha
Mas, é de lascar, meu caro
No país do presidente capitão
Que nunca foi numa guerra
A fome e o vírus estão matando mais que metralhadora
Mas, será que ainda existe algum besta por aí
Que anda fazendo sinal de arminha
Com a geladeira vazia?