O Processo
Tornei-me isso:
Parte do cinza-pálido desses edifícios
E dessas ruas desvairadas por onde escorre a morte
Onde o homem experimenta seu processo de coisificação.
É tudo tão rápido e repetitivo
Que o homem, antes, ser liberto
Vai, como que inadvertidamente
Transformando-se num animal cativo
Para mim, que tenho consciência disso
O processo é muito mais penoso
Porque envolve a reflexão sobre meu povo
E seu caminhar para o altar dos sacrifícios.
Tudo, tudo, um monumental mercado
Onde cada homem é um animal marcado
E alimentado com uma razão final:
Servir como lenha para o “lirismo” do capitalismo
E aceitar resignadamente o mal.
Mas, sei, e como sei...
Ainda é tempo da insurreição.