PRETA BORBOLETA

Nasceu gigante,

Mas o mundo tentou lhe encolher e num molde queria que coubesse,

Fizeram-te achar que devesse

E tão triste permitiram que fosse...

Então para dentro de si cada vez mais entrou,

Em um casulo ela adormeceu.

Enquanto parecia que nada acontecia

Minha preta se desenvolveu.

Alimentou seu brilho e seu ego,

Começou a construir seu castelo mesmo com dor.

Saiu do casulo uma linda borboleta

Que aos olhos de Oxalá é perfeita.

Uma preta borboleta que dos padrões se libertou.

Se perdeu e se encontrou melhor,

E agora encanta o seu redor com sua particular beleza.

Transborda liberdade da raíz as pontas,

E não consegue mais ficar parada,

Sempre em constante metamorfose.

É filha do vento, que a leva para onde ela quiser.

Continue a voar e não mais se limite.

Preta borboleta, que ainda não saber falar de amor,

Não se permita viver em dor,

Acredite, o amor existe,

E ele há de lhe encontrar ao pousar em alguma flor.