Vivendo na cegueira do vírus
Sigo as passadas da escrita,
esqueço às vezes por onde devo andar,
lembro onde ouvi uma palavra,
vesgo na história, volto a procurar,
só encontro gratidão,
a dúvida me leva para onde saí,
volto de cabelos brancos,
ainda procurando a sorte
o tempo como companheiro
o medo de entrar na concentração
prevendo maceração
o convívio colocado em dúvida
esquecendo para onde ir
lembrando o sopro da vida ao nascer
querendo viver e nunca morrer
quantos rosários teremos que rezar?
Tantos pedidos hão de fazer
esperando não sofrer
na ciência acreditar
charlatões plantonistas querendo ensinar
em troca, a promessa remunerada
clientelismo vigiado
com repúdios encarcerados
a crença da cura revigorada dentro de cada lar.