Advento do prazer

Exacerbada fome do corpo,

Na querencia do teu ser,

Advento do prazer,

Ávida vontade de ti,

Vigor desse querer sem fim,

Rogo o silêncio do querer,

Eis que os olhos comem-te à bel-prazer,

A chama consome a luxúria,

A fome parece pura maldição,

Afito está o desejo por essa excitação,

Permita-me gemer em teus ouvidos,

Domar o medo e navegar-te aos dedos,

Querer-te em todos os sentidos,

Fazer da ilusão o ápice,

E descobrir em ti cada ponto cego,

Nessas curvas enfrentar o perigo,

Temperar com delicadeza o êxtase,

Abrir essa porta com dedos mágicos,

Recitar com a língua o silabar poético,

Na chuva de suores em nós,

No advento que consome-nos a voz,

Onde em movimentos ressuscitam as vontades,

A saliva e os beijos matam-nos a sede,

Nessa entrega que ninguém mede,

Não se nega fogo à palha,

Permita-me na tamanha ousadia,

Levar-te ao céu sem ter asas,

Enquanto me queimas com tuas brasas,

Nesses lençóis impregnados com nossos aromas,

Mostra-me o caminho das somas,

Na multiplicação dos gritos,

Divida comigo os teus seios,

Tal como devido o meu meio,

O mastro para ancorar

na tua profundidade,

No leito que conduz-me à liberdade,

Campo das terminações nervosas,

Onde a poesia calam as prosas,

Bem no botão da rosa,

Onde teu canal guiam o desaguar do meu rio,

Fazendo nascer a comunhão das nossas almas

Entregues ao sentir sadio (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 11/05/2021
Código do texto: T7253428
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