O NÃO VIVIDO

Temo ter perdido, tudo o que não tive

As dores, não sofridas nem choradas

Os prazeres, reprimidos por charadas

Temo ter escolhido, tudo aquilo do que, me abstive

Temo sentir saudade, do não vivido

Daqueles sonhos expirados

Daqueles caminhos desviados

Temo sentir saudade, do não acontecido

Sinto falta dos filhos não gerados

Das discussões inexistidas

Das diversões, não vividas

Sinto falta dos carinhos evitados

Dos momentos que ficaram nos planos

De sentir na alma, a razão da ferida

Da falta das coisas, que agasalham a vida

Dos instantes, que julguei, serem insanos.