Andorinhas
Andorinhas
Pelo cimo dos telhados voam andorinhas.
Os seus alegres trinados entram pelas janelas,
Com elas trouxeram a primavera, as suas flores
E os seus fragrantes odores.
Segundo o povo, pássaros de Nossa Senhora.
Ninguém ousa caça-las pois são celestiais.
Quando pousam nos nossos beirais,
Diz a crença popular que são os finados que nos vêm visitar.
Acreditando, ou não, ninguém ousa fazer-lhes mal.
Negras e lindas voam sem parar tornando tudo muito mais belo.
Nos beirais, pequeninos seres piam aflitos,
A fome aperta e ainda não sabem voar.
Centenas de insetos os irão alimentar.
Novas andorinhas cheias de vida crescem…
E finalmente tentam voar.
Abandonam os ninhos sem possibilidade de voltar.
Frágeis e ainda indefesas lutam pela vida.
Chega o verão e o calor conforta-as e acaricia-as.
Os dias passam, o calor acalma e o frio aproxima-se.
Brevemente terão de partir numa longa viagem
Os nossos dias ficarão bem mais pobres…
Não faz mal, em breve a primavera voltarão a anunciar.