CRUZADA
Esta vida são dois dias
Sorri à vida
Para que a vida te sorria
Vem a morte...
E leva -nos os sonhos, que não sonhámos
O riso que não rimos
Enfim...
Leva-nos tudo o que não soubemos ter
Sê meu amigo
Podemos não ter tempo de o ter sido.
Vive a vida em plenitude
Enquanto estiver na tua mão
Fora disso é tudo em vão
Como diz um anjo meu amigo
"Ama-te, gosta -te e curte -te
E diz: Eu sou feliz.
Eu sou uma eterna vencedora!"
Os meus filhos são a minha âncora
A minha amplitude
O meu chão e a minha razão
Fui sem dúvida
Uma grande lutadora
A poesia é a minha paixão
Ela segrega a dor
Que em mim não tem lugar cativo
A alegria e o amor
Tiram-lhe a primazia
E cativo fica o brilho
Do amor e da alegria!
É este sentir forte e apaixonado
Que desafia guerras e trovoadas
Contra demónios e alvoradas
Segue indomável e confiante
O seu trilho pela dor famigerado
Um trilho alcandorado
Pelos desígnios do Criador
Cá em baixo ...
Um ser desamparado e amedrontado
Carrega nos ombros a sua dor
Acutilada seguiu pró cadafalso
Onde a esperava o seu algoz
Do Além recebeu um aviso
Pelo salto do sapato partido
Mas do divino recado
Ela com medo não fez caso
Foi o começo duma cruzada atroz
Lutas e escaramuças
Muito sangue e chicotadas
E por fim as mulas russas
Que a levaram ao Castelo
Onde finalmente viveu
Vestida pelo sol de manto Belo
O seu verdadeiro conto de fadas
Que epicamente mereceu!
©Maria Dulce Leitão Reis
Copyright 08/05/14