NO CIRCO DA VIDA, O PALHAÇO CHOROU!

Respeitável público!

Começa o espetáculo,

Inenarrável, único,

Surrealista, lúdico

O circo dos tentáculos

Malabaris, obstáculos

Reis, poetas e súditos

No circo da vida

Ela mesma é o picadeiro

Das quedas doloridas

Das cortinas coloridas

Do riso sorrateiro

Do domador ao pipoqueiro

Não encontramos saída

A entrada é o dinheiro

Aqui a lona é de aço

O homem-bala-perdida voa

Em meio aos estilhaços

Da falta de espaços

Dos que matam à toa

E acham a piada boa

Pobres tristes palhaços

Nesse circo somos os atores,

Vivendo personagens reais.

Em meio a jardim sem flores

Semeamos sorrisos, colhemos dores

E nunca chegamos aos finais.

Somos acidentes fatais!

Variáveis de cálculos sem fatores

Assim seguimos pelo mundo afora,

Armando a tenda em terrenos baldios.

Faça chuva, sol, calor ou frio:

O show é hoje, aqui e agora!

Neste circo, o palhaço chora,

E o camarote está sempre vazio

"Se o pagamento do artista é o aplauso...

Uma grande salva de palmas pra este povo que não se cansa de atuar, uma vez que o show não pode parar!"

Edil Franci - SP - Brasil