Angústia

quero vencer a mim, vencer o medo

com todas as forças luto

à solidão do mundo absoluto

moro no país da angústia permanente

o único som que escuto

é de meu verso dissoluto

a mão se estende

a letra não entende

o papel fica mudo

parti de ti definitivamente

fui em segredo

rumo ao degredo

luvas pesam na balança

a erva doce da liberdade

o riso não alcança

dos meus sonhos dementes

restaram-me os dedos dormentes

e uma lágrima perdida

somente

Texto: Plínio Sgarbi & Rosa Pena