A VITÓRIA DO BÁRBARO

Quando o mar desceu

Deixou ondas nas areias

Contavam peixes mortos

Seres marinhos comendo algas

Salgas do vazio deixado

Eram tão brancas nas pedras

Vento desenhando sobras

do oceano partido e morto

Era fácil andar por sobre as

poças de espelho d'água

E ter o poder de enganar

quem chorava pela perda

do que antes era o campo

de seus frutos colhidos

frutos vendidos frutos de cerca!

O que morreu no fundo

era tão pesado de infernais

mentiras e nomes que as

ferrugens cresciam rápido.

Aquilo que não pode viver

por sobre a terra enterrou

sua vida nos olhos mágicos

dos "velhos" que haviam

pescado no tempo das águas

vivas de sons que nada do

que ficou faz lembrar como era.

Ficar sonhando com o dito

embelezador destes anciãos

de cabelos brancos foi o destino.

Mas o destino nunca poderia

por ser o próximo, envelhecer?