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Nos intervalos da minha pouca lucidez, nos labirintos dessa sanidade inventada.
Viajo entre dois mundos, ora sou poeta, noutra'ora sou poesia...
Desnudo e me visto
Rasgo-me e me teço
Nas palavras em fúria, ou nos verbos da (cerne) em flâmula oculta;
Descrevo-me, despejo-me
Em cada linha um pedaço de mim, na lírica dos beijos sem rimas...
Afago-te sem toque, amo-te sem posse.
Ainda que o desejo arda sob a pele, o oceano engole as carícias.
Desfaço-me entre as nuvens, nas cinzas dos nossos corpos depois do prazer...
Nós encontramos nos sonhos, habitamos um no outro, mesmo que não há olhares se cruzando.
Existe duas almas que se unem através da matéria, duas vidas envoltas no mesmo verso.