Giz

Quando as palavras andam

cheias do poeta

correm pro vazio que

o fazem chorar

agonizam no giz

esparramado de sua inspiração

flertam com o futuro

seco do tempo

fazem da solidão

seu silêncio profundo

extinguem rastos,

medos, trevas, sinais,

caçam ecos, noites,

vinhos e arrepios

somem entre si

na dor que o retalha sem dó

sangram vivas mas nobres

adormecem no seio de suas mãos.