Meu caminhar
Alcei o voo ainda trêmula
Como se fosse anátema
Com uns desejos drásticos
O corpo banhado de sal e lágrima
E o céu em cinza batalha elétrica
Caindo em tempestades enérgicas
De um domingo frio e estático
Da terra e suas areias místicas
No sono dos moribundos súditos
Elevando o pensamento ao cúmulo
Dos horizontes etéreos e mórbidos
No mais, era eu árvore grávida
De coloridos e doces frutos bárbaros
E um caule de raiz profunda, cálido
Descortinando véus e breus dramáticos
Da chuva encharcando o chão telúrico
Para ver na limpa água o meu reflexo
Deixar a vida ser outra vez básica
E principiar em ser feliz e lúdica
Apesar da marca rígida e fática
Fiz do meu caminhar um ato mágico.