Que Aconteça
Frágil,
Precisa de um outro para sobreviver,
Anos para andar,
Por tantos outros irá crescer.
De mente cheia,
Carregada de informações,
Sentidos quer descobrir,
Desvendar,
Testar teorias,
Subverter o que se aprende em vão.
Acumula verdades e mentiras,
Pensa,
Acredita ou não?
Desenvolve uma forma psíquica,
Absorve o conteúdo,
Desenvolve a comunicação.
Limita a liberdade,
Sua e dos outros,
Ganha e enfraquece amizades,
Benefícios por aproximação.
Critica o que há de ruim,
Exalta o que acredita ter de bom,
Reflete tuas angustias,
Quando tudo vira contemplação.
Apanha,
No próximo bate.
Justiça,
Ou pura vaidade?
O ego vira entrave,
E coba pela caridade.
Valente ou um cara covarde?
Cria céus e infernos,
Reza a um "deus" martelo,
"Me erre",
"Acerte o próximo prego",
Culpa o inocentável,
Poder gera fúria,
Crê e julga,
E trás satisfação.
Pensando bem,
A culpa é das estrelas.
Objetos celestes que brilham,
E roubam luz de outros planetas.
Me perdi na contagem,
Observo através de vídeos,
Sou míope à luneta.
Não peço que me entenda,
Apenas siga o rumo,
Ou te empurro através da ladeira.
Tudo que há e faz é por mim,
Por nós.
Bate nos fracos,
Chora diante dos fortes.
Distorce,
Entorse,
Retorce.
Aponta o dedo,
Esconda o corte,
Dê vida aos protegidos,
Aos perseguidos,
A morte.
Continue,
De ano em ano há um jubileu,
Um ato novo para ser seu.
Insista,
Acuse,
Agrida.
O que não seria da vida sem as feridas?
Ameaças são sempre bem vinda,
Utilize táticas,
Maior recurso,
Ironia.
Pise,
Humilhe,
E será exaltado.
Repasse o fardo.
Vive quem é importante,
Abaixa a cabeça,
Se faz de coitado.
E felizes os convidados para Santa Ceia,
Deus está aqui,
Mas se esconde,
Não quer ser achado.
Pare,
Pire,
Me esqueça.
E desejo que tudo de melhor te aconteça.
Amém.