Consciência
Eu poderia dizer que te amo
E isso não seria insano, é assim
Que as coisas deveriam ser.
Eu poderia gritar o meu ódio
Deixar derreter por toda a sorte
Essa dualidade que sinto por você.
Tem a chave pro meu desespero
Minha vida está em suas mãos
Sei que sabe disso bem primeiro
Mas finjo ter o controle das minhas emoções.
Você me mostrou a beleza
E a tristeza que há no coração
Prometeu não prometer-me a cura
Me mostrou a ferida e deu as costas
Quando me encontrei sozinha
Disse-me que estaria ali
Mas eu me viro e não te vejo
Está escuro, só o seu fantasma me faz companhia
Quero dormir e não consigo
Sua voz ainda fala comigo
Me aponta as feridas e sorri.
Se eu não vejo, você me faz chegar mais perto
Se eu finjo que não enxergo, você a descreve para mim
Eu esperneio, quero dormir
Mas você continua a me dizer
Que vai contar os meus pecados
Como se conta os carneirinhos
Você ri! Malévola! Ri da minha ferida aberta
Vira as costas e ri,
Me deixando só, com a minha dor de existir.