ESTRANHEZAS
São tantas estranhezas, nos vazios que me habitam...
Espelhos que não refletem essa face sem rosto;
As marcas deixadas ao longo do caminho, sem rastros... e toques sem impressões digitais.
Vozes inauditas ressoando na minha mente, cansada, morta de alguma pouca fé.
Não sou mais a mesma do que um dia atrás eu fui!...
Existem cicatrizes na pele, elas gritam, sangram...
Mas a minh'alma ainda continua indecifrável.
Caminho em passos lentos ao precipício, estou presa dentro desse insano labirinto...
Há muito tempo morreu algo dentro de mim, carrego um fantasma impiedoso.
Já não sinto mais a intensidade da vida fervendo sobre a minha carne, estou tão-só sobrevivendo aos dias.
Esperando não sei bem o quê, nem como virá...
Enquanto me afundo em palavras excruciantes que deixei de expor em versos...
A luz em mim apaga, a sombra desce sobre os meus olhos.
Em algum lugar dessa estrada... eu me perdi de mim, e por favor...
Não tente reencontrar-me, pois, eu firo como faca, punjo como chaga...
O meu amor, é tão somente maldição para quem o tem.